Efeito Shunt: o que é e como a ventilação mecânica pode ajudar?
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Efeito Shunt: o que é e como a ventilação mecânica pode ajudar?

Atualizado: 29 de jun. de 2021


Efeito Shunt: o que é e como a ventilação mecânica pode ajudar?


O shunt pulmonar é uma alteração que ocorre quando, apesar da circulação sanguínea nos alvéolos pulmonares ocorrer normalmente, por alguma razão, não há ventilação na proporção esperada, o que diminui a oxigenação do sangue e afeta as trocas gasosas.


Quando essa alteração é leve, não chega a causar danos ao organismo; porém, quando mais severa, pode provocar uma diminuição oxigenação, com diversas consequências e até risco de morte.

Nesse post, vamos entender melhor o que é o efeito shunt e como a ventilação mecânica pode ajudar pacientes que enfrentam esse quadro clínico.




O que é o shunt pulmonar?


O shunt pulmonar caracterizado por um desequilíbrio entre perfusão e ventilação, acarretando uma alteração nas trocas gasosas, sendo estas fundamentais para a manutenção do metabolismo do corpo.


Na perfusão, o sangue muito oxigenado vai dos pulmões até o lado esquerdo do coração, por meio das veias pulmonares; sendo, então, bombeado pelo coração para o resto do corpo.


Já o sangue pobre em oxigênio e rico em gás carbônico, por sua vez, é bombeado pelo lado direito do coração, passando pela artéria pulmonar, até os pulmões, para que haja a troca gasosa, expelindo o CO2.



Fonte: Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR


Para que essas trocas gasosas ocorram de forma adequada, há uma relação padrão entre a ventilação e a perfusão. É necessário que haja a circulação sanguínea nos alvéolos, e, também que haja ventilação na proporção esperada, para que esse sangue chegue oxigenado em níveis satisfatórios ao coração.


O efeito shunt acontece quando essa relação está desequilibrada e a perfusão excede a ventilação, causando hipoxemia (baixo conteúdo e pressão de oxigênio no sangue). Quando o desequilíbrio tem taxas baixas, de até 5%, diz-se que é um shunt fisiológico, sem danos maiores, sendo aceitável dentro de uma margem de erros. Mas, em casos severos, excedendo 50%, o shunt pulmonar pode provocar lesões graves nos tecidos e até risco de morte.


O que causa o efeito shunt e como a ventilação mecânica pode ajudar?

O efeito shunt pode ter origens diversas, como a presença de líquido nos alvéolos decorrente de uma embolia pulmonar, pneumonias maciças ou atelectasias extensas.


Os sintomas mais comuns são aqueles próprios da insuficiência respiratória, como fraqueza, tontura, dores no peito, dificuldade para respirar, sinais de esforço para respirar, alteração dos batimentos cardíacos, entre outros.


O tratamento é a resolução do que causou o efeito shunt. Porém, quando o paciente apresenta insuficiência respiratória decorrente do quadro, a ventilação mecânica será um recurso essencial ao tratamento, justamente porque permite substituir, total ou parcialmente, as funções respiratórias do paciente, enquanto ele, sozinho, não consegue mantê-las.


Ao garantir a adequada ventilação pulmonar, o equipamento restabelece os níveis de oxigenação desejados e auxilia a recuperação clínica.



Referências:

Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – CIATE/CBPR. Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Paraná. Nº 1033/ Publicado em 23/06/2012;

Johan Petersson, Robb W. Glenny. Gas exchange and ventilation–perfusion relationships in the lung. European Respiratory Journal Oct 2014, 44 (4) 10231041; DOI: 10.1183/09031936.00037014;

MacIntyre NR. Tissue hypoxia: implications for the respiratory clinician. Respir Care. 2014 Oct;59(10):1590-6. doi: 10.4187/respcare.03357. Epub 2014 Aug 26. PMID: 25161296.




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