A ventilação pulmonar mecânica mudou significativamente a sobrevida de recém-nascidos com dificuldades respiratórias, sendo um recurso imprescindível às unidades de terapia intensiva neonatal. Seus benefícios tiveram grande participação na melhoria das taxas de mortalidade infantil. Contudo, a ventilação nesses pacientes requer cuidados diferenciados, que garantam os resultados terapêuticos esperados, ao mesmo tempo em que previnam danos.
Por que a ventilação em recém-nascidos exige mais cuidados?
Alguns fatores anatômicos e fisiológicos tornam o processo de ventilação mais sensível nos recém-nascidos, como o estágio de desenvolvimento pulmonar e a imaturidade dos centros respiratórios. Suas vias aéreas são mais estreitas e resistentes à circulação de gases e sua complacência pulmonar é menor. Além disso, eles têm uma frequência respiratória alta e tempos respiratórios curtos quando comparado a adultos ou crianças de mais idade. Todas essas características devem ser consideradas na decisão sobre o suporte respiratório a que serão submetidos.
Em alguns casos, a necessidade de oxigênio e de ventilação no recém-nascido também é influenciada por mudanças cardiovasculares ocorridas no nascimento ou por outras condições específicas, como a presença de líquido no pulmão. Em bebês prematuros, o grau de prematuridade também é um fator relevante.
Seja qual for o quadro clínico enfrentado, os princípios de ventilação aplicados às crianças maiores e aos adultos não se aplicam aos recém-nascidos. Esses bebês exigem cuidados especiais e hoje, com inovações tecnológicas cada vez mais avançadas, já se tem à disposição recursos adequados a essas condições, para que recém-nascidos tenham o melhor atendimento possível.
Ventiladores mecânicos modernos possibilitam ajustar os modos ventilatórios e adequá-los às vulnerabilidades desses pacientes. Com isso, permitem alcançar a abertura e a pressão necessárias para que o volume de ar desejado chegue aos pulmões no curto intervalo de tempo de inspiração do bebê, sem lesionar suas sensíveis vias aéreas. A tecnologia vence, assim, o desafio de unir o máximo de benefício com o mínimo de risco, deixando os recém-nascidos protegidos para que possam utilizar de forma segura o suporte ventilatório.